Ele é um desses personagens bíblicos que são
facilmente esquecidos por causa de nossa tendência a focar nos “gigantes” das
Escrituras (por exemplo, Abraão, Moisés, Davi, Pedro, Paulo, etc.).
Considere, por exemplo, o
que aprendemos sobre Onesíforo em 2 Timóteo 1:15-18: Estás ciente de que todos
os da Ásia me abandonaram; dentre eles cito Fígelo e Hermógenes. Conceda o
Senhor misericórdia à casa de Onesíforo, porque, muitas vezes, me deu ânimo e
nunca se envergonhou das minhas algemas; antes, tendo ele chegado a Roma, me
procurou solicitamente até me encontrar. O Senhor lhe conceda, naquele Dia,
achar misericórdia da parte do Senhor. E tu sabes, melhor do que eu, quantos
serviços me prestou ele em Éfeso.
Três coisas sobre
Onesíforo se destacam:
1. Quando todos os outros
abandonaram Paulo, Onesíforo foi até ele. Onesíforo não era um daqueles que
simplesmente “vão junto com a multidão”. Ele se arriscou ao ridículo, à
zombaria e ao desprezo para realmente ir contra a corrente predominante da
opinião popular sobre Paulo.
2. Onesíforo perseverou
frente às dificuldades. Tantos de nós têm um grande idealismo – até que as
coisas fiquem difíceis. Então, viramos as costas. Onesíforo não. Quando ele
chegou em Roma e não conseguiu encontrar Paulo, o apóstolo fala da perseverança
de Onesíforo: ” tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me
encontrar”. Lindo.
3. Onesíforo se orgulhava
de Paulo. Isso é muito maior do que simplesmente dizer “Onesíforo me deu
ânimo”. Se Paulo só dissesse isso, poderíamos imaginar Onesíforo fazendo-o
silenciosamente – talvez à noite quando ninguém pudesse ver. Teria Onesíforo
entrado sorrateiramente na cela de Paulo quando ninguém estava olhando porque
ele tinha vergonha de sua associação com Paulo? Não este amigo. Paulo, talvez
com lágrimas, escreveu que Onesíforo “nunca se envergonhou das minhas algemas”.
Onesíforo não ligava se as pessoas fofocavam ou murmuravam – ele estava
orgulhoso da determinação de Paulo a sofrer por amor de Cristo.
O que capacitou Onesíforo
a agir desta forma? O que faz alguém ser tão contracultura? Eu só posso
concluir que Onesíforo estava tão consumido por seu amor por Jesus que ele
agora era livre da aprovação das pessoas; livre do medo de desprezo; livre do
fascínio do mundo; livre da indiferença. Onesíforo, pelo poder do Evangelho,
era livre para amar.
O que eu vejo em Onesíforo
é a incorporação de Gálatas 5:6, a saber, “a fé que atua pelo amor”. A fé que
havia em Onesíforo tinha um impulso – e este impulso era o amor. E este amor
não era fraco ou medroso ou egoísta de forma alguma.
Que Deus me ajude a amar
assim.